Guerra de preços

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Por Daniel Gallego, Dir. Wahl Artistic Team

 

Se de guerras falamos, a que temos no setor do cabeleireiro com os preços…, bem é uma história que não termina. Quantas vezes temos ouvido críticas de uns companheiros a outros, porque o profissional vizinho tem os preços mais baixos /altos?

Convém recordar que o principal não é o preço, mas uma boa imagem, um bom serviço, a localização adequada, a atualização técnica e naturalmente a melhor experiência dentro do salão. Depois e evidentemente temos que colocar o preço, mas o verdadeiramente prioritário deve ser o VALOR desse serviço e não tanto o custo que estamos a solicitar ao nosso cliente.

A esse companheiro, que critica outros profissionais pelo seu preço, aconselharia que refletisse… Ele tem esse preço, mas: que posso eu fazer com o meu preço, para oferecer mais e melhor que a minha concorrência? Para mim esta pergunta é a chave.

Apesar de tudo isto, e retomando o início do assunto sobre a questão dos preços, para encerrar o assunto de uma vez sobre esta guerra, devemos considerar que existem vários tipos de cabeleireiros em função do seu preço.

Se há público para todos os cabeleireiros, deve existir cabeleireiros para todos os públicos.

Partindo deste pressuposto, indico 3 grandes grupos:

 

Cabeleireiro “low cost”

 

Este tipo de salões têm tido um grande desenvolvimento nos últimos anos. Com a crise económica, foi a alternativa para muitos consumidores que necessitavam de estar arranjados e o resultado foi a explosão semelhante a espuma, deste tipo de estabelecimento. Prestam serviço a uma clientela de nível económico médio baixo. Geralmente têm uma equipa muito rotativa e com um nível de conhecimentos muito básico, adaptado ao valor que se vai pagar à saída.

 

Cabeleireiro “standard”   

 

Cabeleireiros orientados para todos os públicos. Aqui entram desde os cabeleireiros de sempre, salões de bairro, com bons profissionais (com frequência excelentes) e que geralmente têm entre 1 e 3 funcionários. Desde preços médios e serviços de todo o tipo, mas de qualidade ótima, até salões franchisados com preços médios/serviços médios.

 

Cabeleireiro “Haute Coiffure”

 

O cabeleireiro de gama elevada, orientado a um publico muito exigente, com salões exclusivos, trabalhos de nível elevado e preços que selecionam o tipo de clientela, procurando um consumidor que aprecie o trabalho e que possa permitir-se pagar um pouco mais, para obter um serviço PREMIUM e diferenciado. Cabeleireiros com menor rotação de trabalhadores, um volume de trabalho menor, mas com um valor de serviço mais elevado.

Então, as perguntas que devo colocar são:

– Em que grupo quero estar?

– Que tipo de cabeleireiro quero ser?

– Objetivamente, qual é o meu público?

As respostas a estas perguntas serão a chave para determinar a nossa ação relativamente a uma atualização de orientação e a redirecionar o nosso público de acordo com a nossa estratégia comercial.

Com quem e sem qualquer dúvida temos que batalhar, são todos aqueles que trabalham na clandestinidade, independentemente do seu preço. Devemos focar-nos “numa guerra” legal para que todos os salões estejam registados, declarem os seus serviços e paguem os seus impostos. Apoiados pelos nossos contabilistas, gestores, associações profissionais e escolas, seguramente que ganharemos essa “guerra”. Mas para ganhar a guerra, devemos unir-nos e enfrentá-la, pois a alternativa são queixas constantes que apenas gerará ódio, raiva e impotência. A nossa verdadeira concorrência é a ilegalidade, não o nível do preço, uma vez que existem clientes para todo o tipo de níveis e cabeleireiros para todos os gostos.

Se colocamos os restaurantes como exemplo, é muito fácil de entender: há clientes de comida rápida, que nunca irão a um restaurante de luxo e vice versa, o cliente que vai a um restaurante de nível elevado, nunca pedirá comida rápida.

Naturalmente e para que ninguém se aborreça, sabemos que existem muitas exceções e que nem sempre o branco é branco ou parece branco. Desculpas a quem se possa sentir ofendido, mas estamos a apresentar de forma genérica. No final o que temos que pensar é: que posso fazer EU pelo meu negócio, para dirigir-me ao tipo de público que eu procuro, no segmento de preços que quero utilizar e que pretendo como cliente.

 

Adaptação da publicação na Revista CC-Magazine

Publicado com autorização do autor. Sujeito a direitos de autor.

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